O potencial da Bósnia para o jihadismo extremista

F. William Engdahl, trad: btpsilveira

Excerto da transcrição de uma entrevista

Se voltarmos aos anos 90, veremos que a CIA e as forças especiais dos Estados Unidos criaram a guerra da Iugoslávia para acabar com o país. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos se esforçavam para dividir a antiga União Soviética em repúblicas variadas, mais a Federação Russa.

Decidiram destruir a Iugoslávia para que não pudesse funcionar como um Estado, e para isso usaram os Mujahidin que vieram do Afeganistão. Eram os mesmos Mujahidin de Osama Bin Laden, que foram encarregados pela Arábia Saudita e pela CIA de recrutar jihadistas não só na Arábia Saudita, mas em todo o mundo muçulmano, através da rede montada pela Irmandade Muçulmana, aliás, uma organização que é uma seita de extermínio. A CIA começou a introduzir clandestinamente esses lutadores na Bósnia lá pelo final dos anos 80.
Usaram um truque muito sujo. A Bósnia e Herzegovina daquela época era dividida de forma quase igualitária entre cidadãos de etnia croata, cidadãos de etnia sérvia e bósnios (bósnios/muçulmanos), numa relação 1:1:1, e não uma região muçulmana da Iugoslávia como a mídia ocidental tentava fingir. Isso era uma mentira.
Então, a CIA escolheu Izetbegovic como o principal ator em cena. O embaixador dos Estados Unidos trapaceou o jogo para fazê-lo presidente, quando deveria haver uma presidência rotativa entre os três grupos étnicos. Tornado presidente, os Estados Unidos o apoiaram decididamente. Então, trouxeram aqueles psicopatas jihadistas que foram formados nas guerras afegãs da CIA contra as tropas do Exército Vermelho nos anos 80.
Durante sua juventude na época da Segunda Grande Guerra Mundial, Izetbegovic estava em uma organização de jovens que recrutou muçulmanos jihadistas para lutar ao lado das divisões da SS nazista na Bósnia contra os partisans comunistas. Assim, Izetbegovic, um velho pró nazista, tornou-se o homem dos Clintons dos EUA na Bósnia, com a missão explícita de destruir a população de sérvios e bósnios da região.
Consequentemente, a rede de jihadistas da CIA está na Bósnia desde o início dos anos 90. Os saltitas têm sidos seus maiores apoiadores e financiadores. A Arábia Saudita é hoje a maior patrocinadora do jihadismo radical no mundo. Eles já gastaram cerca de 100 bilhões de dólares desde que a Irmandade Muçulmana foi implementada pela CIA na Arábia Saudita. Aliás, escrevi um livro, “The Lost Hegemon”, com todos os documentos que provam o que acabei de dizer em todos os detalhes.
Assim, os sauditas são os grandes financiadores da Islamização da Bósnia. Agora, o fato de que o Estado Islâmico está chegando à Bósnia para promover agitação e causar mais problemas para a Europa não é nenhuma surpresa, porque o Estado Islâmico nada mais é que um tipo de Al Qaeda, criado pela CIA e financiado pelo dinheiro saudita.

http://katehon.com/article/bosnian-potential-radical-jihadism

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